A Polícia Civil do Rio Grande do Sul concedeu entrevista coletiva, neste domingo (14), em Porto Alegre, após a prisão de Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di. Segundo o delegado Cristiano Reschke, o humorista usou de ironia para se referir aos clientes de sua loja online, em vídeos que foram obtidos pelas autoridades.
“Há até um vídeo em que Nego Di se expressa de forma zombeteira, brincando sobre pessoas que não receberam a mercadoria, enquanto viajava em um carro de luxo, uma Mercedes branca, conversível, chegando ao seu restaurante.“, disse o diretor da 2ª Delegacia Regional Metropolitana, sediada em Canoas.
A defesa do influenciador ainda não se pronunciou sobre as acusações. Nego Di foi preso ontem pela Polícia Civil do RS, na praia de Jurerê Internacional, em Florianópolis, Santa Catarina. Na última sexta-feira (12), o ex-BBB havia sido alvo de operação do Ministério Público por suspeita de lavagem de dinheiro.
Porém, sua prisão preventiva foi decretada devido a outra investigação, desta vez por peculato. Ele é suspeito de prejudicar pelo menos 370 pessoas ao vender produtos em uma loja online de sua propriedade. Os itens, porém, nunca foram entregues às vítimas. Segundo as autoridades, a movimentação financeira nas contas bancárias vinculadas ao humorista na época, em 2022, ultrapassa R$ 5 milhões.
Anderson Boneti, sócio de Nego Di na empresa, também teve prisão preventiva decretada pela Justiça. Ele foi detido na Paraíba, no dia 25 de fevereiro de 2023, mas acabou liberado dias depois. Atualmente, Boneti é suspeito de peculato e está foragido com mandado de prisão preventiva expedido.
A loja virtual, “Tadizuera”, funcionou entre 18 de março e 26 de julho de 2022, quando foi determinada a retirada do ar. O influenciador divulgou produtos à venda em suas redes sociais, como aparelhos de ar condicionado e televisores. Segundo a Polícia Civil, muitos deles estavam com preços abaixo do mercado. Uma televisão de 65 polegadas, por exemplo, foi vendida por R$ 2,1 mil.
As autoridades acrescentaram que parte dos seguidores de Nego Di, que já somam mais de 10 milhões, comprou os produtos, mas nunca os recebeu. A investigação mostra que não havia estoque e que o humorista enganou os clientes. Ele prometeu que as entregas seriam feitas, apesar de não ter garantia.
As autoridades estimam que os prejuízos dos clientes ultrapassarão R$ 330 mil. Mas, como as transações bancárias valem milhões, a suspeita é que o número de vítimas do esquema seja maior. Essas pessoas, porém, não procuraram a polícia para prestar queixa criminal contra o influenciador.
Na sexta-feira (12), Gabriela Souza, esposa de Nego Di, também foi presa em Jurerê. Ela foi presa por porte de armas não registradas e restritas às Forças Armadas. Gabriela pagou fiança de R$ 14.120 e foi liberada no mesmo dia. Saiba mais detalhes clicando aqui.
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