O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) autorizou o Ministério do Planejamento a elaborar uma nova agenda para orientar as políticas públicas prioritárias para o país até 2050. A intenção é que o documento, que terá a transição climática e energética entre os principais temas, ser transformado em lei.
O documento funcionará como um PPA (Plano Plurianual), instrumento orçamentário previsto na Constituição com o objetivo de definir diretrizes, objetivos e metas para um período de quatro anos. Durante um período mais longo, a Estratégia Brasil 2050 se concentrará em quatro temas principais – clima, infraestrutura, macroeconomia e transição demográfica.
Virgínia de Angelis, secretária Nacional de Planejamento, afirma que as discussões deverão contar com a participação dos parlamentares e deverão ser concluídas em julho de 2025. Depois disso, a intenção é levar o documento formalmente ao Congresso para que seja aprovado e consolidado no quadro jurídico do país.
“A intenção é ter um instrumento que nos ajude a tirar o foco das questões urgentes do momento, para que possamos sempre lembrar que as decisões de hoje terão impacto [no futuro]”, ele afirma.
A ideia é fazer uma radiografia do país hoje e projetar como será daqui a 26 anos – e, assim, identificar quais investimentos precisam ser feitos agora para alcançar os resultados. O plano deve conter metas a serem cumpridas, bem como métricas para monitorar sua eficácia.
O departamento já trabalha em parceria com outros órgãos em estudos setoriais para cada um dos temas-chave da agenda e, segundo o secretário, a nova estratégia não se sobreporá aos planos de longo prazo existentes. “Pelo contrário, queremos fortalecer cada um destes instrumentos dentro do seu setor e com a sua vocação, mas de uma forma coerente com o todo”, afirma.
Na agenda climática, por exemplo, as metas já adotadas pelo Brasil no âmbito do Acordo de Paris, as chamadas NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas, na sigla em inglês) devem servir de guia. Entre elas, eliminar as emissões de dióxido de carbono e acabar com o desmatamento.
Angelis argumenta que o documento contém elementos que poderiam reverter a lógica do investimento brasileiro ao aumentar o custo de não agir. Como exemplos, ela cita a tragédia no Rio Grande do Sul, as secas no Norte ou o incêndio no Pantanal como eventos que causam enormes prejuízos sociais, climáticos e econômicos ao país.
Nestes casos, o objetivo é mensurar os efeitos das mudanças climáticas, estimar os prejuízos que elas poderão trazer ao Brasil no futuro e calcular não só o custo disso, mas também o valor necessário hoje para evitar impactos negativos ainda maiores no futuro. .
Uma das directrizes em infra-estruturas é enfrentar o problema da deterioração dos activos, incluindo a utilização de estruturas resilientes às alterações climáticas. “Precisamos pelo menos garantir a manutenção e restauração daquilo que está em processo de depreciação, e temos que considerar a partir de agora não só o desafio da restauração, mas também de suprir as lacunas que temos”, afirma.
Em termos demográficos, o secretário vê um Brasil transformado em 2050. Pelas projeções do IBGE, o país deverá passar por uma inversão por volta da década de 2040 e passar a ter uma população mais idosa e menor.
As mudanças no perfil da população evidenciam a necessidade de análise de políticas públicas em diferentes frentes, diz ela – especialmente na formação profissional. “Temos que nos preparar para isso. Uma população menos jovem exerce maior pressão sobre a Segurança Social e o sistema de saúde”, afirma.
“Temos que considerar que as crianças de hoje são a força produtiva das décadas de 2040 e 2050. Portanto, [é preciso pensar no] o que estamos fazendo para formar essa criança, esse adolescente, para de fato ter capacidade produtiva, inclusive considerando os impactos das mudanças que temos nos impactos tecnológicos, educacionais e ambientais”, afirma.
O secretário reconhece o desafio de uma peça como essa ser, de fato, seguida à risca pela administração pública e cita o risco de o instrumento virar documento de prateleira. O próprio PPA é um instrumento muitas vezes deixado em segundo plano pelos governos.
Apesar disso, ela afirma que a participação da iniciativa privada, da imprensa e do próprio Congresso desde a fase de discussão aumenta as chances de a agenda se consolidar como referência não apenas pela força da lei, mas também pelo debate e pela conscientização da sociedade sobre as prioridades para o futuro.
“Sabemos que quando algo está muito distante fica difícil gerar interesse, inclusive entre quem precisa tomar uma decisão hoje. Esse instrumento dá maior concretude a essa conexão do que aquele que utilizo hoje como recursos que irei gerar mais tarde” , ele afirma. “O plano será esse elo entre hoje e algo que está muito distante”.
*Informações da Folhapress
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