Edson Fachin, presidente em exercício do Supremo Tribunal Federal (STF), convocou neste sábado (13) o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para falar no pagamento da dívida de Minas Gerais com a União. O valor atualmente gira em torno de R$ 165 bilhões.
A decisão leva em consideração o pedido apresentado nesta sexta-feira (12) ao STF pela Advocacia-Geral da União (AGU) para que uma nova prorrogação do prazo para adesão de Minas Gerais ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) fique condicionada à devolução de o pagamento da dívida com a União.
Na última terça-feira (9), o governo de Minas Gerais pediu ao STF a prorrogação do prazo. O objetivo é aguardar a regulamentação do programa que prevê o refinanciamento de dívidas dos governos estaduais. Este prazo já foi prorrogado duas vezes anteriormente. No despacho de hoje, Fachin pede que Zema e Pacheco apresentem propostas até 20 de julho, prazo atual para cobrança de dívidas.
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Também nesta terça, Rodrigo Pacheco apresentou um projeto de lei para tentar resolver a dívida dos estados com a União, que prevê parcelamentos em 30 anos. A dívida hoje de todos os estados, somados, soma mais de R$ 760 bilhões. Minas, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo respondem por quase 90% desse valor.
Na prática, o projeto institui o Programa de Pagamento da Dívida do Estado (Propag). A proposta prevê a entrega de ativos, inclusive participações societárias em empresas. O PL estabelece ainda que, em troca da entrega de bens próprios, os estados recebem uma redução na taxa de indexação da dívida, que hoje equivale ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais 4%.
Ao abrir mão dos 4%, a União permitiria que o Estado usasse o dinheiro para investir prioritariamente em educação e qualificação técnica, ou em infraestrutura e segurança pública, sendo vedada a utilização de recursos para despesas públicas.
Rodrigo Pacheco já havia sido questionado esta semana sobre o caso específico de Minas Gerais. Ele disse que o Senado deveria pedir mais tempo ao estado, até que o PL sobre o assunto seja votado no Congresso. “O STF certamente terá essa sensibilidade”, afirmou.
A Agência Brasil tentou contato com os assessores de Rodrigo Pacheco e Romeu Zema, mas ainda não obteve resposta.
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