O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que o mercado financeiro avalia negativamente sua proposta de redução da dívida estadual porque tem interesse em adquirir bens públicos “a preço de banana”.
A proposta de Pacheco permite que estados entreguem ativos à União, como empresas estatais, em troca de redução nas taxas de juros.
Além disso, a proposta mantém a taxa de juros real IPCA, acrescida de 4%, mas prevê quatro possibilidades de reduções que poderiam reduzir esse percentual a zero.
“Alguns setores do mercado financeiro querem nada mais, nada menos, do que adquirir a preço de banana a propriedade de ativos de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e estados endividados. com a entrega de bens dos estados à União”, disse Pacheco nesta sexta-feira, durante evento organizado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), em São Paulo.
O presidente do Senado cita alguns ativos que estariam na mira do mercado, como a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas (Codemig) e a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), todas empresas públicas do seu estado natal.
Ele defendeu uma discussão com o Ministério da Fazenda para não permitir que interesses privados afetem uma solução pactuada entre estados e governo federal. Pacheco também refutou a afirmação do ministro do ministério, Fernando Haddad, no mesmo evento.
Horas antes, Haddad havia comentado que a proposta encaminhada ao Senado acomodaria as contas estaduais, mas, ao mesmo tempo, prejudicaria as contas nacionais. Na opinião do ministro, o texto precisaria passar por ajustes.
Segundo Pacheco, a proposta não compromete a responsabilidade fiscal. O presidente do Senado citou outras votações importantes para o governo, que só ocorrem graças à atuação do Congresso. Estes projectos permitiram expandir a base de receitas da União e seriam uma indicação do compromisso do Parlamento com o ajustamento fiscal.
“Não há nenhum tipo de responsabilidade fiscal nisso. Na verdade, em relação à responsabilidade fiscal, quero dizer que foi o Congresso Nacional, junto com o Ministério da Fazenda, que criou a PEC da Transição, que criou um novo marco fiscal no Brasil , que alterou as regras do Carf, que tributava os fundos exclusivos, que fez uma Reforma Tributária, promulgando uma emenda constitucional no ano passado”, disse Pacheco.
O parlamentar destacou ainda alguns dados que comprovariam esse aumento da receita do governo federal, que foi 8,36% superior no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2023.
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