Por Paula Arend Laier e Patrícia Vilas Boas
SÃO PAULO (Reuters) – O mercado fechou em alta nesta sexta-feira pela décima sessão consecutiva, atingindo 129 mil pontos, em movimento reforçado pela crescente confiança dos investidores de que o banco central dos Estados Unidos começará a cortar juros em setembro e fluirá resultado positivo de estrangeiros na bolsa de valores brasileira.
Índice de referência da bolsa brasileira, o Ibovespa avançou 0,47%, aos 128.896,98 pontos, nesta sessão, contabilizando ganho de 2,08% na semana e de 4,03% até o momento no mês, que não teve fechamento negativo.
A sequência de 10 altas é a maior desde um período entre o final de 2017 e o início de 2018, quando o Ibovespa avançou por 11 sessões consecutivas. Apesar disso, o desempenho acumulado no ano segue no vermelho, com queda de 3,94%.
O volume financeiro desta sexta somou 17,6 bilhões de reais.
O desempenho recente acompanha a melhora na movimentação de estrangeiros na B3, com as compras na bolsa secundária superando as vendas em 2,88 bilhões de reais no mês até o dia 10. No ano, o saldo permanece negativo, em 37,2 bilhões.
“Estamos vendo um fluxo positivo de estrangeiros e isso é muito importante. Para mim é isso que explica esses aumentos consecutivos”, destacou o gestor e sócio fundador da Trígono Capital, Werner Roger.
“Parece que os estrangeiros já estão à procura dos mercados emergentes e o Brasil é a bolsa que mais caiu no mundo”, acrescentou, considerando que este ano o sinal ainda é negativo, com os investidores “talvez ainda à espera da Selic”. movimento”.
No contexto deste fluxo externo, existe a maior possibilidade de cortes de juros nos EUA em setembro, reforçada pelos dados dos preços ao consumidor nos EUA e pelos discursos do presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, esta semana.
Para a equipe da corretora Commcor, esses últimos acontecimentos alimentaram a percepção de que o Fed pode finalmente estar recebendo os sinais necessários para cortar a taxa básica de juros dos EUA, que está na faixa de 5,25% a 5,0% desde 2024.
Em Nova York, o índice, uma das referências da bolsa norte-americana, fechou em alta de 0,55%, negociando próximo a marcas históricas. O rendimento do Tesouro de 10 anos foi de 4,1828% no final da tarde, ante 4,193% no dia anterior.
Outro componente benigno para a bolsa paulista tem sido a comunicação mais firme do governo em relação às contas públicas do país, embora ainda não haja medidas eficazes, bem como o tom mais contido dos discursos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo o gestor da Trígono, porém, as ações estão bastante reativas, positiva e negativamente, apresentando oscilações relevantes dependendo das notícias, o que deve manter a volatilidade dos negócios.
DESTAQUES
– B3 ON (BVMF:) valorizou-se em 4,16%, em meio à repercussão dos dados operacionais da empresa de infraestrutura de mercado divulgados na noite anterior, com analistas do Goldman Sachs (NYSE:) e Citi chamando atenção especial para o desempenho no segmento de derivativos , apesar dos volumes ainda fracos no mercado de ações. No ano, porém, ainda acumula queda de 22%.
– WEG ON (BVMF:) avançou 2,05%, com analistas do Itaú BBA reforçando recomendação de compra para ações da fabricante de motores e componentes elétricos, afirmando que a perspectiva positiva é baseada na consolidação dos três pilares: uma inflexão positiva em expectativas de crescimento, rentabilidade e custo do capital próprio. Em 2024, o estoque já subirá 23%.
– ISA CTEEP (BVMF:) PN caía 4,24%, após a Eletrobras anunciar oferta secundária de até 130 milhões de ações que detém na transmissora de energia. ELETROBRAS ON (BVMF:) fechou em alta de 1,27%, com declaração do ministro de Minas e Energia no radar de que o governo está disposto a fechar acordo na conciliação que trata do poder de voto da União na empresa.
– CYRELA ON (BVMF:) caiu 4,2%, em dia de correção negativa para o setor, acompanhando também o reajuste para cima nas taxas dos contratos DI após recentes quedas significativas, com a prévia operacional do segundo trimestre ainda no radar, com 6 % de queda nas vendas ano a ano, excluindo trocas. MRV&CO ON (BVMF:) perdeu 4,13% e EZTEC (BVMF:) ON perdeu 1,99%.
– VALE ON (BVMF:) avançou 1,47%, ampliando os ganhos da tarde e sancionando a alta do Ibovespa. A empresa anunciou que chegou a um acordo com a mineradora BHP para partilhar igualmente o custo de quaisquer danos relacionados com o processo no Reino Unido sobre o rompimento de uma barragem no Brasil em 2015. Na China, os futuros fecharam em alta.
– PETROBRAS PN (BVMF:) caía 0,47%, com os preços no exterior também encerrando em território negativo. O barril de petróleo, usado como referência pela estatal, encerrou a sexta-feira com queda de 0,43%.
– BTG PACTUAL (BVMF:) UNIT valorizou 2,26%, melhor desempenho entre os bancos Ibovespa, seguido pelo BANCO DO BRASIL EM (BVMF:), que subiu 1,32%. Por outro lado, o ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:) caiu 0,56%, o BRADESCO PN (BVMF:) fechou com variação negativa de 0,24% e o SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:) fechou em queda de 0,7%.
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