Nos últimos dois anos, no primeiro semestre do ano foram apreendidas mais de 2 toneladas de entorpecentes, um aumento de 99% em relação aos períodos anteriores
Até 10 de julho de 2024, as forças policiais já apreenderam 2.157.647 quilos de cocaína em Campo Grande, segundo dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
Esse índice, porém, não é o maior resultado de apreensões nos primeiros seis meses do ano na Capital, em 2023 foram registrados 2.625.948 quilos da droga apreendidos no período, e em 2022 foram interceptados 2.372.576 quilos da droga por agentes de segurança na Cidade Morena.
Esse índice corresponde a um aumento de mais de 99%, em relação a 2021, quando no mesmo período, até junho, foram apreendidos 812.893 quilos de cocaína em Campo Grande. Em 2020, a apreensão total nos primeiros seis meses do ano foi de 815.981 quilos da droga.
Segundo a delegada Ana Cláudia Medina, do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), a Capital se tornou um entreposto dessa droga, que vem de outros países e passa por Campo Grande antes de ser transportada para outros estados e até mesmo países.
“Vemos que a Capital acaba sendo um entreposto para o fluxo dessa droga que vem de fora e claro, acaba passando aqui na nossa Capital, mas buscando divisa. Sabemos que procuram estados, procuram portos, para que esse tráfico também possa ser um produto de exportação”, explicou o delegado.
Para Medina, a localização do Mato Grosso do Sul acaba sendo um atrativo para esses grupos criminosos, principalmente voltados ao tráfico de drogas, devido às fronteiras físicas que o Estado possui. Contudo, o delegado informa que a capacitação das forças policiais tem sido um diferencial no enfrentamento dessas facções.
“Essas apreensões são significativas, mas não vejo como uma situação específica, mas sim uma combinação de fatores. As forças de segurança estão cada vez mais integradas e qualificadas para este tipo de confronto. As forças de segurança pública são cada vez mais capazes de levar a cabo este tipo de confronto, o que não é o caso hoje. Em relação à constituição de facções criminosas e tudo mais, isso está assolando o país inteiro, mas tem sido combatido de forma qualificada e especializada, por isso vemos cada vez mais apreensões”, explica Medina.
CASOS
Somente na última quarta-feira (10), Dracco apreendeu 693,45 quilos de cocaína, distribuída em 663 tabletes e 118,75 kg de maconha, disponibilizada em quatro fardos.
A ação aconteceu no bairro Nova Lima, em Campo Grande. O curioso desta apreensão é que as drogas estavam embaladas com o selo de São Jorge, que é um dos santos mais venerados do catolicismo.
Essa foi a maior apreensão realizada pela Polícia Civil até o momento. A segunda maior do ano foi no dia 22 de maio, quando Dracco apreendeu 643 kg de cocaína, desta vez em Bela Vista, que tinha como destino a Europa.
De acordo com as conclusões do jornal Correio Estadualdurante operação a Polícia Civil recebeu denúncia de que um carro Fiat Strada vermelho estaria distribuindo drogas na região de Nova Campo Grande.
Devido a esse fator a equipe policial realizou uma ronda pelo bairro e localizou o veículo em frente a uma residência, e ao avistar o veículo os ocupantes do carro se comportaram de forma suspeita.
Uma mulher de 24 anos e um homem de 32 anos foram abordados e presos por tráfico de drogas e associação ao tráfico de drogas, pois drogas foram encontradas dentro do carro.
Como destacou o delegado Medina, não é apenas a Polícia Civil que vem realizando ações de combate ao tráfico de drogas em Campo Grande e no Estado.
Também nesta semana, segunda-feira (8), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu 1.375 kg de cocaína em Paranaíba. A droga veio de Rondônia (RO) e estava camuflada entre crianças, que seguiam para São Paulo em um caminhão frigorífico. Esta foi a maior apreensão de cocaína do ano no estado.
“Cada vez mais, principalmente aqui no Mato Grosso do Sul, estou falando de uma especificidade do Dracco, hoje temos conseguido evoluir para que cada vez que esses grupos criminosos tentem se articular para acompanhar e driblar a repressão qualificada das forças de segurança pública , nós também avançamos. Então hoje a gente faz a repreensão no ar, faz no chão, então isso tudo é levado em consideração”, relata o delegado.
No total, até 10 de julho deste ano, foram apreendidos 8.665,719 kg de cocaína no Estado, enquanto em todo o ano de 2020 esse índice foi de 4.308.947, metade do apurado até meados de 2024, segundo dados da Sejusp.
“Há um fortalecimento das forças de segurança pública, que estão cada vez mais se integrando, se capacitando, trabalhando especificamente conhecendo o cenário e buscando alternativas para esse enfrentamento, seja para sufocar essas organizações criminosas, não apenas apreendendo drogas, descapitalizando e promovendo responsabilização para evitar crimes mais graves avancem”, finaliza Medina.
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