Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) – O mercado fechou em alta nesta quinta-feira, pela nona sessão consecutiva, completando a maior série de ganhos desde fevereiro de 2018, após dados de inflação nos Estados Unidos reforçarem as apostas em corte na taxa de juros do Norte. Americano em setembro.
O índice de referência do mercado de ações brasileiro, o Ibovespa, subiu 0,85%, para 128.293,61 pontos, marcando 128.326,23 pontos na máxima e 127.220,95 pontos na mínima. O volume financeiro totalizou 19,8 bilhões de reais, mais uma vez abaixo da média diária do ano, de 23,5 bilhões de reais.
A sequência de altas do Ibovespa, que representou ganho acumulado de 3,5% no período, foi acompanhada de melhora no fluxo de capitais externos para a bolsa paulista, com saldo no mês até o dia 9 positivo em 2,7 bilhões de reais. No ano, as vendas de estrangeiros superaram as compras em 37,4 bilhões de reais.
Esta quarta-feira, o Departamento do Trabalho dos EUA anunciou que o índice de preços ao consumidor (IPC) caiu 0,1% em junho, com o resultado de 12 meses a apontar um aumento de 3%, enquanto economistas consultados pela Reuters previam aumentos de 0,1% e 3,1%, respectivamente.
Excluindo as componentes voláteis dos alimentos e da energia, o núcleo do IPC aumentou 0,1% em Junho, após ter subido 0,2% em Maio. Nos 12 meses até junho, aumentou 3,3%, ante 3,4% em maio.
Na opinião dos economistas do Bank of America (NYSE:), estes são dados que ajudam a aumentar a confiança na Reserva Federal. “Depois de um início de ano preocupante, a trajetória para uma inflação de 2% está na direção certa”, afirmaram em relatório enviado aos clientes nesta quinta-feira.
Após os dados, as apostas do mercado começaram a prever uma probabilidade de 85% de um corte nas taxas de juro dos EUA em Setembro, acima dos 70% antes da divulgação. Os contratos futuros de taxas de juro nos EUA também começaram a incorporar uma maior possibilidade de um segundo corte nas taxas em Dezembro pela Reserva Federal.
“No geral, os dados fracos do IPC aumentam as chances de um corte antecipado do Fed em setembro, o que levaria a dois cortes este ano”, disseram os economistas Bernardo Dutra e Nathan Teixeira, do Itaú.
No Brasil, a notícia destacou o crescimento de 1,2% nas vendas no varejo em maio, contra as previsões do mercado de queda de 0,9%, bem como a aprovação pela Câmara dos Deputados do regulamento da reforma tributária, incluindo a carne entre os itens da cesta básica com isenção de imposto.
DESTAQUES
– TIM (BVMF:) BRASIL ON avançou 4,1%, enquanto TELEFÔNICA BRASIL ON (BVMF:) subiu 3,27%, mesmo após o texto que regulamenta a reforma tributária não incluir reivindicações do setor. O UBS BB chamou atenção em relatório para as recompras de ações da Telefônica Brasil (BVMF:) no primeiro semestre como um fator positivo, enquanto o Morgan Stanley (NYSE:) elevou a recomendação para que as ações da empresa que opera sob a marca Vivo fiquem “sobreponderadas”.
– JBS ON (BVMF:) avançou 3,18%, enquanto MARFRIG ON (BVMF:) subiu 1,01% e MINERVA ON (BVMF:) ganhou 2,4%, após a Câmara dos Deputados aprovar o projeto de lei com eixo central do regulamento da reforma tributária sobre consumo incluindo proteínas animais à lista de itens da cesta básica isentos de tributação. BRF ON (BVMF:) fechou com variação positiva de apenas 0,14%.
– CARREFOUR ON (BVMF:) subiu 3,17%, tendo como pano de fundo dados melhores do que o esperado sobre as vendas no varejo brasileiro, impulsionadas pelo desempenho de supermercados e itens de uso pessoal. Analistas do Bradesco BBI também publicaram relatório na noite anterior alterando a preferência relativa pelo Carrefour Brasil versus Assaí (BVMF:). O ASSAÍ ON encerrou com queda de 0,44% e o GPA (BVMF:) ON avançou 2,48%.
– LOJAS RENNER ON (BVMF:) fechou em alta de 3,08%, impulsionado pelo alívio na parte longa da curva de juros. Na véspera, os analistas do Citi também haviam reiterado a recomendação de “compra” para as ações da varejista de roupas e elevado o preço-alvo de 18 para 18,60 reais, após melhorar a projeção para a margem Ebitda, bem como para o lucro líquido. 2024 e 2025. O índice do setor de consumo registou um aumento de 1,4%.
– MRV&CO ON (BVMF:) valorizou 2,83%, em dia positivo para o setor como um todo dado o movimento da curva DI, mas com agentes financeiros também refletindo prévia operacional do segundo trimestre e anúncio de programa de recompra de ações da empresa . O índice do setor imobiliário da B3 (BVMF:) encerrou com alta de 1,57%.
– ALPARGATAS PN (BVMF:) caiu 1,48%, revertendo a alta de abertura, quando subiu mais de 1%. Analistas da XP (BVMF:) afirmaram que a dona da marca Havaianas deve apresentar outro resultado misto no segundo trimestre, com melhor dinâmica no Brasil, mas com a operação internacional ainda fraca e efeitos não recorrentes.
– VALE ON (BVMF:) caiu 0,26%, mesmo com a recuperação dos futuros na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou o pregão do dia com alta de 0,8%. A mineradora também assinou acordo com a Komatsu para desenvolver e testar, em parceria com a Cummins (NYSE :), caminhões fora de estrada movidos a uma mistura de diesel.
– PETROBRAS PN (BVMF:) fechou em alta de 0,68%, acompanhando o movimento no exterior, onde o barril de petróleo, usado como referência pela estatal, encerrou o dia com alta de 0,38%, a 85,40 dólares.
– ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:) subiu 0,6%, com destaque positivo no setor mais uma vez sendo o SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:), que valorizou 3,25%, ampliando os ganhos da véspera, após anunciar na quarta-feira, após o fechamento, que seu conselho de administração aprovou a distribuição de 1,5 bilhão de reais em juros sobre capital próprio.
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