O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), decidiram que eventual aumento da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) só será autorizado se medidas para compensar o prejuízo das receitas provenientes de desonerações fiscais em 17 setores da economia não atingiu o valor estimado de R$ 17 bilhões.
No projeto será incluído um gatilho que estabelece a isenção integral da folha de pagamento neste ano e o aumento gradual da tributação de 2025 a 2027. Ainda não está definido qual será o valor do aumento da alíquota.
O ministro das Finanças, Fernando Haddad, tinha proposto um aumento de 1 ponto percentual na taxa de imposto que incide sobre os lucros das empresas. Pacheco, porém, foi contra.
A solução encontrada é um meio termo. A ideia foi discutida no encontro entre Lula e Pacheco realizado na tarde desta quarta-feira (10.jul.2024) no Palácio do Planalto. Participaram Haddad e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).
De acordo com Poder360 apurou, uma das ideias discutidas foi aumentar a alíquota em 5 pontos percentuais apenas para os bancos. Lula apoiou com entusiasmo. Alguns dos presentes, porém, consideraram que era necessário discutir mais a fundo a inclusão ou não de empresas.
A ideia é votar o projeto de compensação até a próxima quarta-feira (17 de julho) no Senado e solicitar o adiamento do prazo dado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) para que o Congresso explique as medidas de compensação. Com isso, o projeto poderá ser votado em agosto pela Câmara.
Nas últimas semanas, Lula elevou o tom contra o Banco Central e seu presidente, Roberto Campos Neto. Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (10.jul) mostrou que a aprovação de Lula aumentou de 50% para 54% em relação à pesquisa anterior, de maio. O percentual, porém, continua abaixo do registrado em agosto de 2023, quando a aprovação era de 60%.
O projeto, relatado por Jaques Wagner, será baseado em cortes obrigatórios de gastos. Esta semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia afirmado que algumas medidas para compensar a isenção poderiam ser antecipadas para 2024.
IMPASSE
Liberar um setor significa que ele terá redução ou isenção de tributos. Na prática, barateia a contratação e a manutenção de funcionários nas empresas. Os defensores do mecanismo dizem que esse tipo de prática aquece a economia e promove a geração de empregos.
O governo do presidente Lula, porém, quer acabar com o benefício. Quanto mais renúncias fiscais, menor será a receita tributária. Haddad quer equilibrar as contas públicas e fechar o rombo em 2024.
Na ânsia de ganhar impulso para negociar o fim do benefício com o Congresso, o governo federal pediu ao STF que considerasse inconstitucional a renúncia à folha de pagamento.
O ministro Cristiano Zanin, indicado por Lula, emitiu liminar que suspendeu o benefício.
Após a decisão provisória de Zanin, o governo chegou a um acordo com o Congresso. A isenção para setores é plenamente válida em 2024, mas terminará gradativamente nos anos seguintes até 2028.
O STF deu prazo de 60 dias para aprovar medidas para compensar prejuízos com a isenção fiscal. Só então o acordo com o Congresso poderá ser alcançado.
O prazo agora é 19 de julho (sexta-feira da próxima semana), mas o Congresso funciona até 17 de julho. Caso o prazo não seja cumprido, o benefício fiscal termina.
Haddad tentou implementar uma medida provisória que trouxesse compensação por meio de alterações nos créditos de PIS/Cofins. Os setores empresariais logo reagiram e o Congresso devolveu a proposta. Foi decidido que o impasse seria resolvido através do rito legislativo.
Durante a busca por uma solução, Pacheco anunciou 4 propostas de compensação:
- equalização da dívida;
- repatriação de recursos;
- atualização de ativos;
- tributação dos jogos de azar.
Leia a ordem cronológica dos eventos:
- 13.jun.2023 – Comissão de Assuntos Econômicos do Senado aprova extensão da isenção para 17 setores. Haddad diz que “não entende a pressa” para votar o tema;
- 25 de outubro de 2023 – Congresso aprova adiamento da renúncia fiscal até 2027, incluindo desoneração fiscal para municípios com até 156,2 mil habitantes;
- 23 de novembro de 2023 – Lula veta a medida;
- 24 de novembro de 2023 – Haddad diz que apresentaria “solução” para desoneração da folha de pagamento após 12 de dezembro de 2023;
- 14.dez.2023 – Congresso derruba veto de Lula e isenção é mantida até 2027;
- 28 de dezembro de 2023 – Haddad propõe reembolso gradual da folha de pagamento via MP 1.202 de 2023, com efeitos a partir de 1º de abril de 2024;
- 27.fevereiro.2024 – Lula retira isenção da folha de medidas provisórias e envia PL (projeto de lei) 493 de 2024, com a redução gradual;
- 9.fevereiro.2024 – Câmara dos Deputados aprova regime de urgência constitucional para projetos de regravação;
- 10 de abril de 2024 – sem acordo com o Congresso, projeto de lei sobre reembolso tem regime de urgência retirado;
- 24.abr.20240 – AGU pede ao STF que considere a isenção inconstitucional;
- 25 de abril de 2024 – Ministro do STF, Cristiano Zanin considera inconstitucional e derruba isenção de impostos sobre folha de pagamento e municípios;
- 9 de maio de 2024 – governo e Congresso firmam acordo para adiar o alívio fiscal até o final de 2024 e ter recuperação tributária gradual até 2028;
- 15 de maio de 2024 – governo pede ao STF a retomada da desoneração tributária para folha de pagamento e municípios;
- 17 de maio de 2024 – STF concede 60 dias para governo e Congresso encontrarem financiamento de R$ 26,3 bilhões para desoneração de folha de pagamento e municípios em 2024;
- 4.jun.2024 – Ministério da Fazenda publica MP que limita a utilização de créditos de PIS/Cofins, o que resultaria em até R$ 29 bilhões para a União;
- 5.jun.2024 – setores e Congresso criticam a medida;
- 11.jun.2024 – Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) devolve partes da MP e as discussões são retomadas;
- 13.jun.2024 – Haddad diz que ouvirá propostas de senadores sobre indenizações.
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