O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, destacou nesta quarta-feira, 10, a “surpresa positiva” do IPCA de junho.
Ele avaliou que, aliado à possibilidade de começar a cortar os juros americanos em setembro, o Banco Central teria um cenário favorável para “talvez” retomar uma trajetória de “redução sustentada” da Selic no início de 2025.
“O Banco Central Americano está mantendo a taxa alta por mais tempo, o que também cria limites para o nosso Banco Central reduzir a taxa aqui. Mas também há sinais de que o FED vai começar a reduzir a taxa de juros a partir de setembro. abre espaço para a gente reduzir aqui”, disse Mello em transmissão ao vivo realizada pelos jornais O Globo e Valor Econômico e Rádio CBN.
“Então temos um cenário favorável, para que, em breve, talvez no início do próximo ano, retomemos uma trajetória de redução sustentada da taxa de juros, com a inflação convergindo para a meta, um câmbio razoavelmente estável e esse cenário externo permitindo maior espaço para o nosso BC reduzir a Selic aqui”, afirmou o secretário.
Sobre o índice de preços de junho, que fechou em 0,21%, Mello lembrou que o IPCA ficou “significativamente abaixo” das expectativas do mercado e que isso demonstra que o processo de contenção e controle de preços no Brasil continua sua trajetória de “forma sustentável”.
“Há espaço para reduzir a taxa de juros para um nível mais próximo do neutro. Para que possamos fazer essa redução de forma consistente, são necessárias duas coisas fundamentais: a primeira é que a inflação dê sinais de que está convergindo para o centro da meta, 3%”, disse Mello e depois citou a “surpresa” do índice de junho.
O secretário destacou ainda que a expectativa é que, neste ano, a inflação seja inferior à fechada em 2023, “mais perto de 3,9%, 4%”.
“E que isso continue nessa trajetória descendente para se aproximar dos 3% nos próximos anos. Mais importante ainda, a inflação em 2022 só não foi maior porque o governo, durante o período eleitoral, isentou o combustível, abrindo mão de receitas que não refletiam exatamente o preço de combustível”, disse ele.
“Então, temos um caminho a seguir, onde a inflação está convergindo para a meta”, avaliou.
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