CNN aposta em plano digital por assinatura e demite 100 pessoas

A rede de notícias CNN, em crise de identidade e audiência, quer focar em um nova oferta digital paga que irá gerar mais de um bilhão de dólares (5,3 bilhões de reais, na cotação atual) e vai demitir cerca de 100 pessoas, anunciou nesta quarta-feira (10) o diretor-executivo, Mark Thompson, às equipes que trabalham na empresa.

A busca por uma nova estratégia para enfrentam a concorrência do streaming à televisão a caboárea em que a CNN é emblemática, tornou-se, nos últimos anos, uma história sem fim para a rede, conhecida por revolucionar a transmissão de todo o tipo de notícias.

CNN lançou um serviço de streaming pago em 2022, CNN+, mas foi fechado depois de um mês porque não se enquadrava mais nos planos de fusão entre WarnerMedia (CNN, HBO Max) e Discovery.

Um ano depois, o diretor executivo da CNN, Chris Licht, que havia sido interrogado internamente, renunciou e foi substituído pelo britânico Thompson, ex-executivo da BBC e do The New York Times.

Numa longa nota a todos os funcionários, Thompson anunciou “um negócio digital de mais de mil milhões de dólares para o futuro” que inclui assinaturas pagas de produtos exclusivos de “notícias” e “análises”, além de conteúdos já disponíveis na TV por cabo e na Internet.

Especificamente, ele falou de “uma gama de ofertas pagas” que ajudam os usuários a “viver uma vida melhor” com base no jornalismo de estilo de vida, “onde a CNN está particularmente bem posicionada”.

Esse plano começará “antes do final de 2024” com o lançamento da primeira assinatura “CNN.com”.

O executivo da CNN também anunciou a fusão das suas três redações (americana, internacional e digital) em uma só. Como parte desta reorganização, cerca de 100 dos 3.500 empregos serão cortados, segundo Thompson.

O anúncio deste projeto surge numa altura em que a CNN espera recuperar a sua audiência graças às eleições presidenciais americanas.

A rede conseguiu prevalecer sobre suas rivais Fox News e MSNBC, que a superaram em audiência, organizando o primeiro debate entre o democrata Joe Biden e o republicano Donald Trump em 27 de junho.