Artigo sobre método utilizado em tratamento alternativo durante a pandemia de covid-19 foi publicado em revista científica nos EUA
Amplamente utilizada durante a pandemia de Covid-19, a técnica de “autotransfusão de sangue” ganhou atenção internacional por meio de um estudo realizado por cardiologistas do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap-UFMS/Ebserh). Publicada em forma de artigo na renomada revista científica norte-americana – American Journal of Case Reports – em junho deste ano, a prática é considerada inovadora, pois consiste na reintrodução do sangue do paciente em suas próprias veias, ou seja, trata-se de uma transfusão autóloga .
Durante a pandemia de Covid-19, que levou à baixa oferta de sangue, a técnica de autotransfusão de sangue tornou-se uma alternativa para a realização de cirurgias emergenciais em Mato Grosso do Sul. Segundo Marco Antonio Araujo de Mello, coordenador da equipe Médica, o método utiliza um cell salvager, máquina que recupera o sangue do próprio paciente durante a cirurgia.
“Esse sangue é lavado, filtrado e reinfundido, mantendo o mesmo DNA do paciente, eliminando assim os riscos de reações alérgicas, inflamatórias e imunológicas que poderiam ocorrer caso o paciente recebesse sangue de outro doador. Essa nova classe de recuperadores, que inclui o mencionado no artigo, possui um modo pós-operatório automatizado que possibilita a realização da autotransfusão nesta fase pós-operatória”, explica o pesquisador”, afirma Mello.
Equipamento de proteção de células sanguíneas – Foto: Humap/UFMS
O Humap-UFMS/Ebserh já possui uma máquina de recuperação de células, que permite a realização do procedimento no hospital. Entre os benefícios da autotransfusão estão:
- disponibilidade imediata do próprio sangue do paciente;
- diminuição do tempo de internação hospitalar;
- redução de infecções e mortalidade;
- diminuição da demanda por sangue homólogo das agências transfusionais, como a Rede Hemosul MS.
Seguindo as recomendações mais recentes da OMS (Organização Mundial da Saúde), a técnica foi realizada em um homem de 55 anos submetido à cirurgia combinada mitral e aórtica. Conforme descrito no artigo, a cirurgia de troca valvar com circulação extracorpórea teve sucesso após transfusão de sangue autólogo intra e pós-operatório com uso de protetor de células sanguíneas.
“O paciente não aceitou transfusão de sangue por motivos de consciência religiosa e estava em estado crítico, recebendo cuidados paliativos. Ele precisava de uma cirurgia combinada de troca valvar mitral e aórtica. A cirurgia foi realizada com cell saver (Sistema de Autotransfusão Sorin Xtra) no intraoperatório e no pós-operatório por 24 horas, para resolução deste caso desafiador, do ponto de vista técnico e ético. O volume de hemácias recuperado no intraoperatório foi de 1.430 mL, com nível de hematócrito de 40%, e de 690 mL, com hematócrito de 35%, no pós-operatório. Portanto, foi recuperado um volume significativo de sangue autólogo. A transfusão de sangue autólogo resultou em excelente evolução clínica para o paciente, que recebeu alta hospitalar no nono dia de pós-operatório”, descreve o documento, que traduzido para o português tem como título: Caso de sucesso de cirurgia de dupla troca valvar com transfusão sanguínea autóloga: autonomia do paciente preservada com excelente resultado clínico.
Conclusões
O estudo concluiu que o uso de protetores de células sanguíneas em cirurgia cardíaca, tanto no intraoperatório quanto no pós-operatório, resultou na manutenção de níveis adequados de hemoglobina e hematócrito, ausência de infecção pós-operatória e recuperação rápida e completa do paciente. Assim, o uso do protetor de hemácias garantiu ao indivíduo autonomia para recusar hemoderivados com segurança, com bons resultados clínicos e sem dependência de transfusões de sangue alogênico.
Segundo pesquisadores da UFMS, a OMS incentiva fortemente a criação de programas de conservação do próprio sangue do paciente, conhecidos como Patient Blood Management (PBM). O PBM é guiado por três pilares fundamentais: otimizar a massa eritrocitária do paciente, minimizar a perda sanguínea do paciente e otimizar a tolerância fisiológica de cada paciente à anemia. No estudo realizado pela equipe do Hospital Universitário, houve um foco especial na minimização da perda sanguínea dos pacientes.
Além do uso intraoperatório do recuperador de células, a técnica foi aplicada nas primeiras 24 horas de pós-operatório, conectando o recuperador ao dreno mediastinal da unidade coronariana. “Houve recuperação de um volume de 690 ml de hemácias no pós-operatório, além de 1.430 ml no intra-operatório. A evolução clínica do paciente foi muito satisfatória, recebendo alta hospitalar no nono dia de pós-operatório, sem intercorrências cirúrgicas e, o mais importante, respeitando sua autonomia”, pontua.
“É uma técnica inovadora por dois aspectos: porque utiliza o equipamento para possibilitar a autotransfusão de pacientes que não desejam receber sangue doado; e também, como segundo aspecto inovador, por potencializar o desejo do paciente de levar o equipamento no pós-operatório. Essa nova classe de recuperadores, que inclui o citado no artigo, possui um modo pós-operatório automatizado que possibilita a realização da autotransfusão nesta fase pós-operatória”, explica a pesquisadora.
No estudo realizado pela equipe do Hospital Universitário, houve um foco especial na minimização da perda sanguínea dos pacientes. Além do uso intraoperatório do recuperador de células, a técnica foi aplicada nas primeiras 24 horas de pós-operatório, conectando o recuperador ao dreno mediastinal da unidade coronariana.
“Houve recuperação de um volume de 690 ml de hemácias no pós-operatório, além de 1.430 ml no intra-operatório. A evolução clínica do paciente foi muito satisfatória, recebendo alta hospitalar no nono dia de pós-operatório, sem intercorrências cirúrgicas e, o mais importante, respeitando sua autonomia”, destaca.
Hospitais de todo o mundo buscam estabelecer protocolos para racionar o consumo de sangue, critério de qualidade hospitalar promovido por órgãos certificadores, como Comissão Conjunta Internacional (Comissão Mista Internacional). Um hospital que recebe um selo de qualidade compromete-se a reduzir as práticas de transfusão médica.
*Com informações da consultoria
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