Após um ano sem realizar reuniões, o Conselho de Ética do Senado decidiu nesta terça dar continuidade às representações contra os senadores Randolfe Rodrigues (Rede AP), Marcos de Val (Podemos-ES) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ), ao mesmo tempo que ações mais antigas contra os mesmos senadores também foram arquivadas.
Pesa sobre Marcos do Val denúncia dos senadores Randolfe e Renan Calheiros (MDB-AL) sobre declarações do senador sobre um suposto plano golpista que vinha sendo discutido com Bolsonaro, com alegações de ter sido coagido a tentar incriminar o ministro do do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
O presidente do conselho, Jayme Campos (União-MT), aceitou a admissibilidade da representação e o relator escolhido foi Jorge Seif (PL-SC).
Em relação a Randolfe, a representação aceita foi feita por Flávio Bolsonaro, que acusa o líder do governo de ter abordado o YouTuber Wilker Leão de forma autoritária e agressiva, no Senado em 2023.
A relatora será a senadora Rena Calheiros (MDB-AL). Também ainda não há relator designado. Por outro lado, o conselho rejeitou denúncia do ex-deputado Daniel Silveira de que Randolfe se referia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como “genocida” e “ladrão”.
O caso mais antigo da pauta é contra o senador Flávio Bolsonaro e também foi aceito. Apresentadas pelos partidos PT, PSOL e Rede em fevereiro de 2020, as legendas pedem que o parlamentar seja investigado diante do que apontam como uma “ligação forte e duradoura com as milícias do Rio de Janeiro”.
Para esta denúncia, o relator foi escolhido e será o senador Hiran (PP-RR).
O conselho também arquivou uma série de outras representações que estavam pendentes em pauta contra os mesmos senadores e também, como as que pesaram contra o senador Davi Alcolumbre (União-AP), mencionadas em três representações.
Uma delas foi apresentada pelo PTB, devido à demora de Alcolumbre em orientar a indicação de André Mendonça para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) feita pelo ex-presidente Bolsonaro, em 2021.
Os outros dois envolvem também o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o senador Marcos do Val (Podemos-ES). Em 2022, Marcos do Val afirmou ter recebido emendas ao falecido orçamento secreto como forma de demonstrar uma suposta “gratidão” pelo apoio na eleição de Pacheco.
O colegiado também escolheu um novo relator para uma representação 2020 contra o senador Chico Rodrigues (PSB-RR) assinada pelo Cidadania e pela Rede. O escolhido foi o senador Davi Alcolumbre (União-AP).
Eles pedem a abertura de investigação sobre o suposto envolvimento do parlamentar em esquema de desvio de recursos que seriam destinados ao combate à Covid-19 em Roraima. Ele foi alvo de uma operação da Polícia Federal em 2020, na qual tentou esconder maços de dinheiro na cueca.
Na avaliação das partes, houve obstrução à investigação e diligência policial e ocultação de valores em partes íntimas.
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