O evento conservador no Brasil que reuniu o presidente da Argentina Javier Milei, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), governadores, parlamentares e influenciadores de direita cobrou R$ 249 pelos ingressos.
Houve, porém, quem pagasse muito mais para estar mais próximo de “celebridades” conservadoras ou mesmo para jantar na companhia de Bolsonaro.
A Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), em Balneário Camboriú (SC), chegou a cobrar R$ 5 mil em ingressos que davam direito a um jantar, que foi realizado no sábado (6), no mesmo espaço do ex-presidente.
Milei, porém, não esteve presente porque só chegou ao Brasil depois das 23h —o argentino, aliás, não compareceu ao evento e estava protegido por um forte esquema de segurança, sendo contatado apenas por políticos bolsonaristas e influenciadores do círculo mais próximo do ex-presidente . .
O jantar exclusivo foi realizado no segundo andar do centro de convenções onde aconteceu o congresso.
Além do ex-presidente, também estiveram presentes os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), parlamentares como Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Ricardo Salles (PL-SP). presente ali. , entre dezenas de outras figuras da extrema direita brasileira.
Quem não tinha condições de pagar o jantar, mas queria ter uma visão melhor das apresentações, contou com uma “área VIP”, cadeiras mais confortáveis e mais próximas do palco. Neste caso, apenas tiveram acesso as pessoas que fazem doações ao Instituto Conservador-Liberal.
O tamanho da despesa ditava o acesso que cada pessoa teria: um sócio ouro, por exemplo, doa R$ 50 por mês ou R$ 500 por ano, e garante um assento próximo ao palco.
Quem quiser ser membro diamante precisa pagar R$ 500 por mês ou R$ 5 mil por ano —neste último caso, havia acesso ao jantar e à parte superior onde ficavam os palestrantes.
Quem pagou apenas o ingresso de R$ 249 ficou em cadeiras menos confortáveis e mais distantes do palco.
O evento também cobrou R$ 21,90 de quem quisesse assistir ao evento via transmissão ao vivo nos dois dias — mas o link não funcionou e, no final, houve transmissão gratuita no YouTube. O dinheiro não foi devolvido.
Porém, no sábado, primeiro dia do evento, a desorganização no credenciamento atrapalhou esse esquema e prejudicou quem mais pagou.
Isso porque a fila era tão longa que Eduardo Bolsonaro, por volta das 10h, ordenou que todos pudessem entrar no auditório —o ingresso de cada pessoa não foi conferido. A falta de controle de acesso foi resolvida no período da tarde, quando as pessoas tinham que se cadastrar no retorno do almoço.
Segundo os organizadores, os preços dos ingressos servem tanto para custear a realização do CPAC Brasil quanto para custear as atividades do Instituto Conservador-Liberal, criado em 2022 por Eduardo Bolsonaro e pelo advogado Sérgio Sant’Ana.
A organização se define como uma organização sem fins lucrativos que tem como objetivo trabalhar pela “educação política do país” e ajudar a “difundir valores conservadores e liberais na sociedade brasileira”. Porém, até o momento a entidade realizou apenas edições da conferência.
Não foi divulgado quanto lucro o CPAC gerou, mas não foram apenas os ingressos que a convenção gerou receita.
Os quiosques do Expocentro BC, onde foi realizado o evento, vendiam de tudo, desde camisetas a calendários com a cara de Bolsonaro, dezenas de livros conservadores —o best-seller foi o do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG)— e tiaras de flores inspiradas no acessório usado pela deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC), que custou R$ 100, que esgotou no primeiro dia.
Os vinhos da família Bolsonaro (nas opções branco e tinto com o nome de Jair, e na opção rosé com o nome de Michelle) custam R$ 149.
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