O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta sexta-feira (5) durante a inauguração das novas instalações do prédio acadêmico e administrativo da Escola Paulista de Política, Economia e Negócios, no Campus Osasco da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que se sentiu presenteado com um presente que sonhava há muito tempo. Ele lembrou que a universidade começou a ser pensada em 2008, ainda no segundo mandato, e que acreditava poder entregar a unidade até o final de sua gestão, o que não foi possível devido à burocracia.
No total, foram investidos R$ 102 milhões na obra. O espaço atenderá 1.400 alunos, 55 técnicos e 150 professores com salas de aula, auditórios, restaurante universitário, laboratórios, entre outras estruturas acadêmicas e estudantis. No campus serão ministrados seis cursos – administração, ciências atuariais, direito, ciências contábeis, ciências econômicas e relações internacionais –, além do chamado “eixo comum”, com disciplinas que abrangem todos os cursos. As aulas estão previstas para começar na primeira semana de agosto.
O presidente Lula lembrou que as obras da universidade ficaram paralisadas por muitos anos e que desde que assumiu o cargo vem exigindo sua conclusão. Em resposta aos estudantes que criticaram a entrega do prédio ainda incompleto, Lula explicou que no governo, quando um movimento social faz uma demanda, ela é encaminhada para todos os ministérios, que têm um prazo para estudar o que pode e o que não pode ser feito. respondida, e então o movimento social é chamado para discutir.
“Às vezes, de 100 itens a gente atende 99, e aí quando formos a um evento público anunciar, ao invés do companheiro de liderança começar seu discurso agradecendo aos 99, ele vai reclamar de um que não foi atendido. É lógico que você tem o direito de fazer exigências, porque se você não fizer as coisas, as coisas não vão melhorar e todos os dias você tem que responsabilizar o governo”, disse ele.
Segundo informações do governo federal, em 2023 o ministro da Educação, Camilo Santana, visitou a construção do novo campus, que recebeu R$ 6 milhões em recursos do Novo PAC no mesmo ano. A construção começou no segundo semestre de 2016 e, desde então, tem enfrentado diversas dificuldades, como a redução dos orçamentos de investimento das universidades nos governos anteriores. Isso fez com que o ritmo da obra fosse drasticamente reduzido.
“A obra do Campus Osasco faz parte de uma série de investimentos para consolidação da Unifesp. Só na instituição serão R$ 143,6 milhões via Novo PAC. Além das novas instalações do Campus Osasco, o valor inclui contribuições para implantação do Campus Zona Leste; o Hospital Universitário, na zona sul de São Paulo; o Complexo Esportivo do curso de Educação Física do Campus Baixada Santista em junho e outras obras”, informou o governo federal.
Segundo o governo, só no estado de São Paulo estão sendo investidos R$ 939 milhões, via Novo PAC, para consolidar e expandir instituições federais em 40 municípios. Para as universidades serão R$ 497,9 milhões e, para os institutos federais, R$ 441,2 milhões. Os recursos incluem a construção de hospitais universitários, novos campi e institutos universitários, bem como a consolidação das instituições federais existentes.
Lula disse que era obcecado por educação porque não teve acesso à universidade e porque quer transformar o país num exportador de inteligência e commodities. Contudo, destacou que sabe que também é preciso continuar a construção, pensar em habitação, bolsas, alimentação.
“Mas é importante lembrar que a galinha põe um ovo de cada vez. E é importante pensar que pela primeira vez se tem um Presidente da República que não tem formação universitária, e é o presidente que mais frequentou universidades na história deste país”, destacou.
O presidente Lula também repetiu que seu desejo é que o filho de qualquer pessoa de baixa renda tenha o direito de frequentar a universidade como os filhos de pessoas com maior poder aquisitivo. “Queremos que a filha da empregada doméstica seja médica, dentista. O papel do Estado é garantir que, independentemente da condição financeira, religião, raça, todos tenham a mesma oportunidade de estudar. Este é o país que quero criar.”
No dia 10 de junho, o governo federal anunciou o investimento de R$ 5,5 bilhões para consolidar e expandir universidades federais e hospitais universitários. Os recursos serão destinados à criação de dez novos campi universitários, espalhados pelas cinco regiões do país, e à melhoria da infraestrutura de todas as 69 universidades federais. Além disso, serão repassados R$ 1,75 bilhão para obras em 31 hospitais universitários da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), sendo oito deles novos.
Para ampliar a oferta de vagas na educação profissional e tecnológica, também estão sendo criadas oportunidades para jovens e adultos, especialmente os mais vulneráveis. Em março, foi anunciada a criação de 100 novos campi de institutos federais de Educação, Ciência e Tecnologia. A iniciativa abrange todas as unidades da federação, gerando 140 mil novas vagas, a maior parte em cursos técnicos integrados ao ensino médio. Serão R$ 2,5 bilhões para a construção de novos campi e R$ 1,4 bilhão para a consolidação dos institutos federais existentes, com foco na construção de restaurantes estudantis, bibliotecas e ampliação de salas de aula.
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