A acusação do ex-presidente Jair Bolsonaro na investigação sobre um suposto esquema de venda de presentes e joias recebidos pela Presidência da República se baseia em uma série de provas colhidas pela Polícia Federal (PF) e até pelo FBI.
A investigação foi facilitada pelos envolvidos, que deixaram diversos “rastros”, entre eles o reflexo em uma foto, registros de localização nos aplicativos Waze e Uber e conexão à rede Wi-Fi de uma relojoaria.
Ao longo da investigação da PF, a defesa de Bolsonaro chegou a afirmar que ele agiu dentro da lei” e “declarou oficialmente os bens muito pessoais recebidos em viagens”.
Esses itens, na opinião dos advogados, deveriam fazer parte de seu acervo particular, sendo por ele levados ao final do mandato.
Confira abaixo as evidências utilizadas na investigação.
Imagens do aeroporto
No dia 29 de dezembro de 2022, penúltimo dia do governo Bolsonaro, o sargento da Marinha Jairo Moreira da Silva tentou retirar da alfândega do aeroporto de Guarulhos outro conjunto de joias, que foi entregue ao governo brasileiro pela Arábia Saudita e nunca foi entregue. vendido.
Jairo foi enviado pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de campo de Bolsonaro, para a tarefa e argumentou com o auditor responsável que a retirada era “emergencial”, pois, devido à mudança de governo, “não pode haver nada do velho para o próximo”. O conjunto, porém, não foi divulgado e continuou com a Receita Federal.
Reflexão na fotografia
O reflexo do rosto do General de Exército Mauro Lourena Cid, pai de Mauro Cid, aparece no reflexo da foto de uma escultura. Lourena Cid pegou o retrato para solicitar avaliação do valor do item em lojas especializadas.
Prova de venda
Em junho de 2022, o tenente-coronel Mauro Cid aproveitou a viagem oficial de Bolsonaro aos Estados Unidos para vender dois relógios que haviam sido recebidos pelo então presidente, das marcas Rolex e Patek Philippe. Cid salvou o comprovante de compra em seu armazenamento na nuvem.
O documento mostra que os relógios foram vendidos por US$ 68 mil.
O dinheiro da venda foi depositado em uma conta de Mauro Lourena, pai de Cid. Na véspera da venda, Lourena enviou ao filho os dados da conta que seria utilizada na transação.
Waze e Wi-Fi
Além do documento, a PF também comprovou que Cid estava no local por meio de dois rastros que ele deixou. Nessa data, ele buscou no aplicativo Waze — usado para orientações — o endereço do shopping onde fica a loja especializada em vendas de relógios novos e usados. Em seguida, ele utilizou a rede Wi-Fi da loja.
Metadados
Cid tinha fotos de um conjunto de joias da marcha Chopard, enviadas pelo governo da Arábia Saudita a Bolsonaro. Os metadados — conjunto de informações de um arquivo — mostram que as fotos foram tiradas na casa do soldado, no Setor Militar Urbano (SMU), em Brasília. O cadastro foi feito no dia 19 de dezembro, poucos dias antes do fim do governo Bolsonaro.
Assistir número de série
Em 2023, Cid e outros auxiliares de Bolsonaro tentarão vender o conjunto Chopard. A PF encontrou o item em um site de leilões, com preço estimado entre US$ 120 mil e US$ 140 mil. Foi possível identificar que se tratava do mesmo kit através do número de série de um dos itens, o relógio.
código de rastreamento
O leilão, porém, fracassou por falta de compradores, e o conjunto de joias foi enviado de Nova York, onde fica a loja, para a Flórida, onde Bolsonaro estava hospedado.
O tenente-coronel envia o código de rastreamento do pacote para Osmar Crivelatti. O código que foi verificado pela PF no site da empresa. Quando Crivelatti confirma a entrega, Cid comemora em mensagem: “Ufa”.
Registros de ingressos
Quando o Tribunal de Contas da União (TCU) se preparava para ordenar a entrega dos presentes recebidos pela Arábia Saudita, os auxiliares de Bolsonaro começaram a preparar um esforço para recuperar os itens vendidos.
No dia 11 de março de 2023, o advogado Frederick Wassef embarcou em um voo saindo de Campinas (SP) com destino a Fort Lauderdale, na Flórida. No dia do mês, ele trocou mensagens com Cid.
Paralelamente, Cid conversava com o ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten, atual assessor de Bolsonaro, sobre a possibilidade de uma decisão do ministro Augusto Nardes, do TCU, ser revista, e eles citam Wassef na conversa.
Inicialmente, Nardes determinou que o ex-presidente não poderia vender as joias. Mais tarde, ele mudou de posição e forçou o retorno.
No dia 26, o próprio Cid saiu de Campinas e chegou na manhã seguinte em Fort Lauderdale. Na noite do dia 27, embarcou em voo de volta para Mim e chegou no dia seguinte a Brasília.
Comprovante de retirada
No dia 27 de março, quando estava nos Estados Unidos, Cid sacou US$ 35 mil de uma conta do BB Américas. A prova do saque foi apreendida na casa do tenente-coronel, em Brasília.
Uber
No mesmo dia, 27, houve registro no Uber de Cid do endereço de uma joalheria em Miami. Na tarde deste dia, ele manda mensagem para Crivelatti: “Resolvido”. Em seguida, ele pede que seja enviado o “cadastro de brindes”, “caso seja interrompido amanhã”.
Assistência do FBI
A PF conduziu as investigações do caso com o auxílio do FBI, seu equivalente nos Estados Unidos. Um dos resultados dessa parceria foi a descoberta de uma nova joia – uma pulseira – que teria sido negociada pelos aliados de Bolsonaro.
Em maio, um agente e um delegado da PF estiveram no país em cooperação internacional.
Em cidades como Miami (Flórida), Wilson Grove (Pensilvânia) e Nova York (NY), os policiais puderam coletar depoimentos de comerciantes, acessar imagens de câmeras de segurança e até obter documentos, como as movimentações financeiras dos investigados .
Veja também
CASO DE JÓIAS
Moraes diz em nota que ainda não recebeu relatório da PF indiciando Bolsonaro
REAÇÃO
Aliados de Bolsonaro criticam a acusação; Flávio e Valdemar atacam a PF
emprestimos pessoal em curitiba
quem tem bpc pode fazer empréstimo
bancos inss
antecipar decimo terceiro itau
cartao itau inss
emprestimo pessoal 5 mil
empréstimo consignado melhores taxas