Por Fabrício de Castro
SÃO PAULO (Reuters) – Num dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não se pronunciou contra o Banco Central e a política monetária vigente, a moeda finalmente encontrou espaço para cair frente ao real e voltar a ser cotada abaixo de 5,60 reais, em meio a expectativas que o governo irá realmente agir para conter a crise de confiança que fez subir os preços nas últimas semanas.
O dólar à vista encerrou a quarta-feira cotado a 5,5693 reais na venda, queda de 1,72%. Esta é a maior queda percentual em um único dia desde 6 de janeiro de 2023 – início do governo Lula – quando a moeda caiu 2,17%. Na terça-feira, a moeda havia encerrado a 5,6665 reais, maior valor de fechamento desde 10 de janeiro de 2022.
Às 17h15, na B3 (BVMF), o contrato de primeiro vencimento caía 1,96%, a 5,5855 reais na venda.
Desde 18 de junho – um dia antes do Comitê de Política Monetária () do Banco Central decidir manter a taxa Selic em 10,50% ao ano – Lula criticava quase diariamente o nível dos juros, o mercado financeiro, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e as propostas de corte de gastos para ajuste fiscal.
Dessa data até terça-feira, Lula lançou suas críticas em 8 dos 11 dias úteis, o que fez com que o dólar à vista passasse de 5,42 reais para perto de 5,70 reais.
Nesta quarta, o presidente interrompeu as críticas e, na contramão, afirmou que a responsabilidade fiscal é um compromisso do seu governo.
“Vamos ter uma política económica sem causar surpresas a ninguém, vamos ter uma política económica que vai fazer este país crescer, vamos continuar a transferir rendimentos, e ao mesmo tempo vamos continuar com a responsabilidade que temos. sempre tivemos”, disse Lula no evento de lançamento do Plano Safra para a agricultura familiar, no Palácio do Planalto.
“Responsabilidade fiscal não é uma palavra, é um compromisso deste governo desde 2003, e vamos cumpri-lo à risca”, acrescentou, sem fazer considerações sobre o BC, a política monetária ou o nível atual do câmbio.
Os comentários moderados do presidente, combinados com a expectativa de que o governo pudesse realmente adotar medidas – especialmente na área fiscal – para restaurar a confiança do mercado, fizeram com que o dólar despencasse nesta quarta-feira.
Às 13h58, após discurso de Lula no Planalto, o dólar à vista atingiu a cotação mínima de 5,5407 reais (-2,22%).
“O movimento que vimos no dólar ontem (terça-feira) rompendo 5,70 reais foi por conta de ruídos políticos. Hoje o governo tentou até certo ponto contornar a situação”, comentou João Ferreira, sócio da One Investimentos.
“O discurso do presidente Lula, de maior comprometimento com a área fiscal, foi favorável tanto ao fechamento da curva de juros quanto à queda significativa do dólar”, completou.
Profissionais ouvidos pela Reuters nos últimos dias vinham apontando que enquanto Lula mantivesse os ataques contra Campos Neto e a política monetária, o dólar não encontraria espaço para ajustes para baixo. O alívio veio na sessão desta quarta.
Além disso, o mercado continuou aguardando a reunião de Lula com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, entre outros. Originalmente marcada para as 16h30, a reunião que discutirá o câmbio foi adiada para as 18h.
Pela manhã, o Banco Central vendeu em leilão todos os 12 mil contratos de swap cambial tradicional com o objetivo de rolar o vencimento de 2 de setembro de 2024. Nenhuma operação extra foi anunciada pelo BC para esta quarta-feira, apesar dos rumores na véspera disso a instituição estaria consultando os tesouros dos bancos sobre o apetite por dólares.
Após o evento da tarde no Planalto, Haddad disse aos jornalistas que a diretoria do BC tem autonomia para agir sobre o câmbio como achar melhor e que não há orientação contrária. Ele acrescentou acreditar que o dólar vai se estabilizar, reforçando que a responsabilidade fiscal é um compromisso com a vida pública de Lula.
A forte queda do dólar frente ao real nesta quarta também foi favorecida pela firme queda da moeda norte-americana no exterior, na esteira de dados da economia norte-americana abaixo do esperado e da divulgação da ata da última reunião de política monetária da Reserva Federal (Fed).
Às 17h14, o índice – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis moedas – caía 0,29%, para 105,360.
À tarde, sem efeito nos preços, o BC informou que o Brasil registrou fluxo cambial total positivo de 5,795 bilhões de dólares em junho, resultado de saídas líquidas de 3,019 bilhões de dólares pelo canal financeiro e entradas de 8,813 bilhões de dólares pelo canal financeiro. canal comercial.
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