Boletim divulgado pelo Cemtec informa que o Estado ficou bem abaixo da média histórica, com todas as cidades ficando 25 a 30 dias sem chuva; dados de umidade e temperatura do ar também são preocupantes
As chuvas atingiram nível preocupante em junho, bem abaixo da média histórica, segundo boletim meteorológico divulgado pelo Centro de Monitoramento de Tempo e Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec). As altas temperaturas e a baixa umidade também deixam o Estado em alerta.
Ainda segundo as informações, todas as cidades de Mato Grosso do Sul ficaram de 25 a 30 dias sem chuva. Além disso, Aral Moreira, cidade com maior volume de chuva registrado neste mês, teve apenas 4,4mm de acúmulo. Para efeito de comparação, a cidade tem média histórica de 81,7mm, ou seja, em 2024 estava 95% abaixo.
Em relação ao próximo trimestre (julho-agosto-setembro), a tendência é que Mato Grosso do Sul volte a ficar abaixo da média histórica, segundo modelo da OMM. Historicamente nesse período, metade da região Norte do Estado varia de 25mm a 100mm, e as regiões Sul, Sudeste e Sudoeste variam de 150mm a 300mm.
Os dados de temperatura também são publicados no boletim e Aral Moreira volta a ter destaque, com o mínimo mais baixo registado durante o mês de junho, 4,7°C no último dia do mês. A máxima mais alta é em Nhumirim, com 36,2°C no dia 16.
Em relação à umidade do ar, índice que vem preocupando os meteorologistas nas últimas semanas, apresentou seu menor índice no dia 30, em Jardim, com 14%. Mas destaca-se o número de cidades com umidade inferior a 20%, número prejudicial à saúde humana.
Houve intensificação das condições de seca no Estado, em relação ao mês de maio, segundo o Índice Padronizado de Precipitação (IPF). As regiões leste, sudeste, central, pantanal e bolsões foram as que apresentaram nível mais crítico em termos de aspecto, com valores variando de -1,3 a -1,6.
MESES DE SECA
Junho está longe de ser um período isolado de seca. Dados do Cemtec mostram que ela se arrasta desde outubro do ano passado, tendo feito uma pequena interrupção apenas em abril, quando choveu acima da média em 30 locais de medição e abaixo da média em 15 do Estado.
Antes disso, porém, foram seis meses de desabastecimento. Em outubro, foram 29 municípios com precipitações abaixo da média e 16 com precipitações acima do esperado, beneficiando principalmente o sul do estado.
Depois, nos cinco meses seguintes, 35, 39, 41, 34 e 33 dos 46 postos tiveram chuvas abaixo do esperado, segundo dados do Cemtec. E, para piorar, ocorreram pelo menos quatro ondas de calor com temperaturas pelo menos cinco graus acima da média histórica.
E por conta da falta de chuvas, pelo menos meio milhão de hectares de milho safrinha já estão comprometidos, segundo a Famasul. Isso representa quase um quarto da safra de milho segunda safra do estado. E, com a previsão de chuvas abaixo da média histórica para os próximos meses, a situação só vai piorar.
*Neri Kaspary colaborou
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