O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowskiministro aposentado do Tribunal de Justiça Federal (STF), pretende enviar ao Congresso Nacional uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para dar à União o poder de coordenar o Sistema Único de Segurança Pública (Susp).
Na prática, o governo federal passou a ter a prerrogativa de estabelecer diretrizes para uma política única de segurança nacional a ser seguida por todos os Estados – hoje com relativa autonomia aos governadores.
Em artigo escrito para o portal jurídico Conjur, Lewandowski afirma que “a segurança pública deixou de ser um problema local e passou a ser uma questão nacional, considerada crime organizado, cujas atividades transcendem as fronteiras do estado e até mesmo as do próprio país”.
Segundo o ministro, “a sua resposta requer um planeamento estratégico liderado pelo governo central”.
O ministro defende a inclusão de uma alteração no artigo 144 da Constituição Federal, que trata das funções, competências e subordinação de cada instituição de segurança pública:
“A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para preservar a ordem pública e a segurança das pessoas e dos bens, por meio dos seguintes órgãos: polícia federal; polícia rodoviária federal; polícia ferroviária federal; polícia civil; polícia criminal federal, estadual e distrital”.
A emenda de Lewandowski daria à União o poder de emitir normas de segurança pública e de sistema prisional a serem seguidas por essas instituições mencionadas no artigo 144, incluindo as polícias militar e civil sob o comando dos Estados.
Outro ponto defendido pelo ministro da Justiça é que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) pode cumprir função ostensiva de polícia, atualmente atribuída às polícias militares dos Estados. A Constituição prevê que a PRF “destina-se, nos termos da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais”. A alteração alteraria esta seção.
Lewandowski argumenta que a PRF tem sido solicitada “com cada vez mais frequência a fornecer apoio aos agentes de segurança locais, muitas vezes indo além da sua missão constitucional”. Para o ministro, a PRF dispõe de agentes, veículos, armas e equipamentos suficientes para “reprimir crimes cometidos em áreas de interesse e prestar assistência aos entes federados, em caráter emergencial e temporário”.
Ao tratar de alterações ou acréscimos de funções da Polícia Federal, Lewandowski é mais cuidadoso. Ele lembra que a PF “enfrenta limitações no combate ao crime organizado”, mas que “seria adequado” que a PF assumisse a responsabilidade de investigar e reprimir as facções criminosas.
Para conter possível insatisfação dentro da instituição, o ministro sugere que seja criado um Fundo Nacional de Segurança Pública e Política Penitenciária “em benefício dos três níveis político-administrativos da federação, vedando o seu contingenciamento”. Os órgãos teriam mais dinheiro disponível para manter as novas responsabilidades sugeridas por Lewandowski.
Proposta em análise
A proposta de emenda à Constituição está em análise pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Após uma série de derrotas no Congresso e antecipando resistências de governadores em perderem parte de sua autonomia sobre a política de segurança pública nos estados, o petista pretende, como mostrou o Estadão, convidar chefes do executivo estadual para debater uma proposta que redefina o papel do governo federal e dos Estados no combate ao crime.
Para Lula, o governo enfrentará “a recusa de muitos governadores”, pois, segundo ele, “muitos reclamam da segurança pública, mas não querem abrir mão do controle da Polícia Civil e da Polícia Militar”. “Não queremos interferência”, disse Lula.
“O que queremos saber é o seguinte: é necessária a participação do governo federal?”, questionou em entrevista à Rádio Sociedade, de Salvador (BA), nesta terça-feira, 2.
O petista disse ainda que considera que os Estados, sozinhos, não conseguem cuidar da segurança pública. “Sou a favor de termos mais Polícia Federal, que possamos participar mais do processo de segurança, principalmente no combate ao crime organizado, ao tráfico de drogas, nas facções, porque hoje tomou conta do Brasil”, disse.
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