Por Fabrício de Castro
SÃO PAULO (Reuters) – Após abrir em baixa nesta terça-feira, a moeda deu uma reviravolta e começou a subir em relação ao real, rumo a 5,70 reais, com o mercado refletindo negativamente as novas críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Banco Central e a promessa de que o governo discutirá medidas para a taxa de câmbio.
Às 12h25, o dólar à vista subia 0,39%, a 5,6760 reais na venda, após ter oscilado perto de 5,69 reais na máxima do dia até agora. Na B3 (BVMF), o contrato de primeiro vencimento subiu 0,17%, a 5,6845 reais.
Antes da abertura do mercado nesta terça-feira, em entrevista à Rádio Sociedade, de Salvador, Lula disse que fará “alguma coisa” em relação à alta do dólar frente ao real, mas evitou detalhar quais medidas serão tomadas “porque caso contrário, estarei alertando meus oponentes.”
Lula afirmou que atualmente há um ataque especulativo ao real, acrescentando que retornará a Brasília na quarta-feira e discutirá o que fazer em relação à alta do dólar. Também voltou a criticar o Banco Central, dizendo que a autarquia não pode estar ao serviço do sistema financeiro e do mercado.
Depois que o dólar abriu em baixa, o discurso de Lula começou a pesar nos negócios ao longo da manhã e os preços da moeda norte-americana ganharam força. Profissionais de mercado afirmaram que a possível intervenção governamental no câmbio gerou receios.
Uma das possibilidades levantadas é que o governo altere o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas operações de câmbio, para conter a alta da moeda norte-americana.
Em Brasília, porém, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou no final da manhã que não há possibilidade de o governo alterar o IOF. Segundo ele, a melhor forma de conter a desvalorização do real é melhorar a comunicação sobre o quadro fiscal e a autonomia do BC.
Os comentários de Lula sobre o BC nesta terça-feira se somam aos discursos do presidente nos últimos dias, que têm sido citados como um dos principais motivos pelos quais o dólar disparou frente ao real e porque a curva de juros está em forte alta no Brasil. Em 2024, a moeda norte-americana acumula uma valorização próxima de 17%.
“O BC intervém no câmbio, não o Ministério da Fazenda”, comentou Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora. “O que o presidente Lula pode fazer sobre o câmbio é tranquilizar o mercado, dizendo que vai cortar gastos. Quando o mercado acredita que o problema é de credibilidade, ações como a mudança do IOF são momentâneas”, acrescentou.
Nos últimos dias, profissionais ouvidos pela Reuters afirmaram que a acomodação do dólar frente ao real exige justamente o fim dos recorrentes ataques de Lula ao BC e medidas que equilibrem as contas públicas.
Alvo de Lula em suas declarações, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou durante a manhã que a autarquia tem que ficar fora da “arena política” e argumentou que o tempo mostrará que o trabalho da autoridade monetária é técnico.
“Existe um prêmio de risco na curva (de juros), e ele foi elevado nas últimas semanas com a incerteza sobre o que acontecerá quando a próxima liderança, a próxima equipe (do BC) assumir”, acrescentou Campos Neto, que deixar o comando da instituição no final de dezembro. Participou num evento do Banco Central Europeu (BCE) em Sintra, Portugal.
No exterior, o dólar começou a ceder frente a uma cesta de moedas fortes, com o mercado avaliando declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, no mesmo evento em que Campos Neto discursou. A moeda dos EUA também caiu em relação a moedas como oeo.
Às 12h29, o índice – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis moedas – caía 0,05%, para 105,790.
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