Jornalista foi agredido em junho do ano passado e policiais foram condenados por constrangimento e invasão de domicílio
Os quatro policiais militares que agrediram o jornalista Sandro de Almeida Araújo em junho do ano passado, em Nova Andradina, a 298 quilômetros de Campo Grande, foram condenados por constrangimento, e um deles, por invasão de domicílio. Segundo a Corte, a sentença foi proferida em 27 de junho.
Na última sentença, datada de 11 de junho, os policiais foram absolvidos das acusações de prevaricação e falsidade ideológica.
Segundo o documento assinado pelo juiz Alexandre Antunes da Silva, pelo subtenente José dos Santos de Moraes, pelo subsargento Marcos Aurélio Nunes Pereira e pelo cabo Elizeu Teixeira Neves, a pena definia nove meses de regime aberto, mas suspendia a liberdade condicional por dois anos.
Os policiais terão que prestar serviços à comunidade sete horas por semana, reportar suas atividades, não ser presos ou responder a qualquer crime. Deverão ainda informar ao tribunal os seus endereços, em caso de mudança, no prazo de oito dias, sem autorização judicial prévia, e estar em casa até às 22 horas, caso estejam em serviço fora deste horário.
Outro réu, o terceiro-sargento Luiz Antonio Graciano de Oliveira Júnior, foi acusado de contenção ilegal e invasão de domicílio. Ele foi condenado a um ano de prisão aberta.
Ainda segundo o juiz, o magistrado deixou de conceder a suspensão condicional por serem reincidentes. Os quatro policiais foram absolvidos da acusação de falsidade ideológica.
Mais absorção
O ex-comandante do Batalhão da 8ª PM em Nova Andradina, tenente-coronel José Roberto Nobres de Souza, foi absolvido após ser acusado de prevaricação.
Segundo o documento a que o Correio do Estado teve acesso, o policial foi acusado de ordenar que seus subordinados agissem contra o jornalista, com quem teve problemas pessoais devido ao trabalho do profissional no site Jornal da Nova.
Segundo a polícia, os PMs falsificaram o ataque ao jornalista e disseram à polícia, em nota, que investigavam denúncias sobre a suposta presença de integrantes do “novo bandido” que realizavam assaltos pela cidade.
Durante a abordagem, os policiais agrediram Sandro de Almeida Araújo com um golpe conhecido como “mata-leão”, resultando em ferimentos na vítima.
O caso
O jornalista Sandro de Almeida Araújo foi agredido por quatro policiais militares ao entrar em sua residência, no dia 2 de junho de 2023, no município de Nova Andradina, a 298 quilômetros de Campo Grande.
O jornalista trabalhou como editor do site Jornal da Nova. Ele foi seguido na última sexta-feira (02) por dois veículos descaracterizados pela cidade. Ao perceber a ação, ele foi até sua casa, saiu do carro e tentou abrir o portão, mas foi parado pelos policiais, que não estavam uniformizados.
Imagens de câmeras de segurança da casa do jornalista mostram que ele foi imobilizado e jogado no chão após receber uma “gravata”. Enquanto ele estava imobilizado, seu carro foi revistado. No mesmo dia, ele contatou a Polícia Civil e denunciou o caso à Corregedoria da PM.
Diante disso, segundo o secretário de Justiça, o comandante-geral interino da PM, coronel Neidy Centurião, que estava na cidade para a troca de comando da corporação na cidade, determinou a abertura do inquérito “para elucidar os fatos ocorridos na data de 2 de junho, na cidade de Nova Andradina, nos quais esteve envolvido o cidadão Sandro de Almeida Araújo”, relatou Videira.
“A Polícia Militar de Mato Grosso do Sul é formada por mulheres e homens que atendem diariamente a sociedade sul-mato-grossense mesmo com risco de vida e, em respeito a esses policiais militares e a toda comunidade atendida por a Corporação, o Comando do PMMS, reafirmando o compromisso da instituição com o fiel cumprimento das leis, tem pleno interesse em elucidar as circunstâncias do referido fato”, afirmou o secretário
“Além disso, o PMMS é uma instituição que valoriza e promove o Estado Democrático de Direito, o que também se solidifica pelo livre trabalho da imprensa, segmento que atua em harmonia com a Corporação, inclusive incentivando o aprimoramento do trabalho realizado pela Polícia Militar”, finaliza.
Os policiais, conforme afirmou o jornalista, procuravam fogos de artifício que estavam sendo lançados na cidade devido à transferência do comandante da PM na cidade. Eles teriam alegado que o responsável pela comemoração seria o jornalista.
Sandro conta que é perseguido há três anos pelo policial que comandava a corporação na cidade por se recusar a informar a fonte que repassa informações policiais que são publicadas em seu site. O sigilo da fonte é garantido pela constituição de 1988.
O jornalista nega que tenha disparado os fogos de artifício e a polícia não encontrou provas de que tenha sido ele. Porém, agora, além da transferência do comandante, os quatro PMs também serão transferidos, possivelmente para Campo Grande, durante o período de investigação do caso.
Os sindicatos de jornalistas de MS e Dourados divulgaram nota repudiando o episódio e pedindo uma investigação rigorosa.
“É inaceitável e alarmante que um profissional de imprensa seja alvo de ataques e torturas no desempenho do seu trabalho de informação à sociedade. O ataque a um jornalista representa um ataque direto à liberdade de imprensa, um dos pilares fundamentais da democracia”, afirma um trecho do comunicado dos sindicatos.
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