Os investimentos em educação ajudarão o país a atingir o objetivo de tornar o Brasil um país menos desigual, baseado na igualdade de oportunidades para os filhos dos pobres e ricos do país. A afirmação foi feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste sábado (29), em São Paulo, ao anunciar investimentos em novos campi no Estado.
Quase R$ 1 bilhão em recursos federais será destinado à expansão e consolidação de universidades e institutos federais localizados em 40 municípios paulistas. Lula também anunciou a criação de um hospital universitário na região Sul do estado.
No evento, Lula disse que as políticas de seu governo não se restringem aos grupos mais vulneráveis, embora tenha “carinho especial” por eles. “Queremos formar cidadãos porque este país não pode ser um eterno exportador de commodities. Este país tem que ser um exportador de inteligência e conhecimento. Por isso, precisamos garantir uma educação de qualidade para as crianças, a partir do primeiro ano do ensino fundamental ou da creche”, afirmou o presidente.
Segundo ele, a possibilidade de ascensão social se dá por meio da educação. “Só ficarei tranquilo quando estivermos num país onde as crianças competem por vagas na universidade e não pelo berço ou hospital onde nasceram. O Estado deve garantir ao filho mais humilde da trabalhadora doméstica o direito de estudar na mesma universidade que o filho do patrão. Não quero tirar nada de ninguém. Eu só quero igualdade de oportunidades. E que toda criança e adolescente tem mais oportunidades do que seus pais tiveram”, acrescentou.
Lula acrescentou que, ao contrário do que dizem muitos críticos do seu governo, ele não cria um governo voltado exclusivamente para os pobres. “Quero governar o país para os empresários. Quero que os empresários ganhem dinheiro, porque ao ganhar dinheiro criam empregos; se geram emprego, geram salários; se geram salários, geram consumo. E o consumo gera mais comércio, mais empregos e mais salários. Quero que a economia cresça e que todos cresçam”, disse o presidente.
Lula destacou que está particularmente preocupado em garantir que os investimentos sejam direcionados aos pequenos empresários do país e que os pequenos e médios empresários e comerciantes gerem um grande número de empregos e, consequentemente, desenvolvimento para as periferias do país.
“É por isso que Fernando Haddad [ministro da Fazenda] está desenvolvendo a política de crédito mais importante já criada neste país, focada no crédito. Se você tem crédito, você tem desenvolvimento social. Se você tiver crédito, a economia cresce. É por isso que queremos fazer política de crédito”, argumentou.
Também presente no evento, Haddad lembrou que a expansão das unidades universitárias no interior de São Paulo era um desejo antigo do governo e das populações locais, mas que não havia espaço orçamentário para isso. “Na primeira oportunidade, o presidente pediu a mim e a Camilo Santana [ministro da Educação]retomar esse campus, que é o sonho de duas gerações de moradores da zona leste”.
Camilo Santana disse que a volta de Lula à Presidência é também a volta da educação, como prioridade do governo. “Além de recompor orçamentos no ministério, abrimos as portas do MEC para dialogar com prefeitos, governadores, professores, estudantes, reitores e reitores que não haviam sido recebidos nos últimos anos”, disse.
Investimentos
Segundo o Ministério da Educação, serão investidos R$ 939 milhões na expansão e consolidação de universidades e institutos federais localizados em 40 municípios paulistas. Durante a solenidade de hoje, foram lançadas as pedras fundamentais do campus Zona Leste da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), do Hospital Universitário da Unifesp e do Campus São Paulo – Cidade Tiradentes do Instituto Federal de São Paulo (IFSP).
A expectativa é que, com a implantação do Campus Zona Leste da Unifesp, sejam criados quatro novos cursos de graduação: Arquitetura e Urbanismo; Administração pública; Engenharia Civil e Engenharia Ambiental e da Saúde, que poderá beneficiar até 2.760 novos alunos. Além disso, outros 240 alunos correspondentes às vagas atuais dos cursos de Geografia (bacharelado e bacharelado) também poderão utilizar as instalações.
Segundo o MEC, o novo hospital universitário terá 32 mil metros quadrados de área construída e 350 leitos. A obra terá investimento de R$ 157 milhões do Novo PAC. A expansão do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) resultará na criação de 12 novos campi. Além das localizadas em Tiradentes e Jardim Ângela, estão previstas unidades nos municípios de Osasco, Santos, Diadema, Ribeirão Preto, Sumaré, Franco da Rocha, Cotia, Carapicuíba, São Vicente e Mauá.
A meta do governo é gerar mais 16,8 mil vagas de educação profissional e tecnológica. A previsão de investimento chega a R$ 300 milhões.
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